De onde vem essa crença no azar? Também não sabemos. O que vamos tentar responder nesse texto é: existe azar na Medicina?
Azar. Falta de Sorte. Zica. Não sabemos por qual nome você chama. No entanto, apostamos que você tem medo de que o destino atrapalhe seus planos. Numa sexta-feira 13, o medo piora. Se for em agosto então, socorro.
Mas, de onde vem essa crença no azar? Também não sabemos. O que vamos tentar responder nesse texto é: existe azar na Medicina?
Quem nunca se sentiu um grande azarado por ter vivido algum acontecimento desagradável? Calma, se você não é uma das crianças Baudelaire das famosas Desventuras em Série, de Lemony Snicket, talvez o universo nem esteja tramando um plano maligno contra você.
Segundo o psiquiatra e professor da medicina FTC Salvador Lucas Alves, a gente pode, sim, pensar que não estamos com sorte. Mas essa história de “ser uma pessoa azarada” pode ser uma pegadinha da nossa mente.
Cansada de infortúnios ou em um estado patológico de paranoia, uma pessoa pode se considerar muito azarada. “Certamente, o período de azar pode impactar em nossa saúde mental e funcionar como fator epigenético de ansiedade, gerar sintomas de depressão ou até uma depressão mais grave, por exemplo. Depende da resiliência de cada um, da capacidade de ressignificação”, explica o especialista.
Pensando friamente, a gente sabe que ninguém é escolhido para seguir acompanhado pelo azar. As coisas acontecem por acaso. Mas, quando coisas ruins acontecem em série e por um tempo mais estendido para uma mesma pessoa, é normal ela se sentir azarada.
Assim, a sensação de ser azarado pode estar relacionada a uma patologia e pode ser observado quando a pessoa olha para os acontecimentos cotidianos como azar ou com um olhar mais pessimista diante das coisas.
“O importante é, em se tratando da nossa área de atuação, entender se o indivíduo sente alguma alteração da saúde mental, secundária a estes acontecimentos negativos em sequência, que cuide da saúde mental para poder observar os fatos de maneira mais lúcida e real possível para que seu estado mental não faça vê-lo como um indivíduo azarado”, explica o professor.
Ok, a gente já entendeu um pouco sobre se sentir azarado por acontecimentos do cotidiano. Mas e quando a pessoa é, realmente, uma das sorteadas para desenvolver uma doença rara? Dá para considerar má sorte?
O professor Jozelio de Carvalho, reumatologista e professor da Medicina FTC, prefere não falar em azar. Segundo o especialista, estas doenças são, quase sempre, uma herança genética. Ou seja: destino, não azar.
“Eu acho que a questão é aceitar o diagnóstico, compreender melhor, estudar, auxiliar e seguir as recomendações médicas. Mesmo sendo raras, estas doenças já têm tratamento adequado e não são um atestado de óbito”.
Uma dica dada pelo professor para o tratamento dessas doenças é, inclusive, que o acompanhamento seja feito em espaços universitários, como hospitais universitários, hospitais-escola e faculdades de medicina: “Nesses locais, as pessoas estão mais habituadas a lidar com doenças raras”, explica.
Que sorte a nossa ter (e ser) espaço de atendimento e pesquisa sempre em busca de respostas. Se você estiver buscando atendimento, pode marcar uma consulta através do nosso WhatsApp: 71 3281 8045.
Mas, embora tratáveis, as doenças raras não têm prevenção. “Não tem como prevenir ainda. Infelizmente, condições como essas são genéticas e a pessoa herdou aquilo. Assim, quando a Medicina tiver a tecnologia crispr, que corrige genes, disponível, a história dessas doenças provavelmente vai mudar”, explica o professor Jozelio de Carvalho.
E quer saber mais uma coisa que não é azar? Os avanços tecnológicos da Medicina. Esses sempre foram investimento em ciência. Nisso, podemos apostar 🙂
Se te faz se sentir mais seguro, continue evitando passar por baixo de escadas, usando uns amuletos, só não pode fazer nenhuma maldade com gatos pretos ou descuidar da sua saúde. Porque o que dá azar mesmo é não visitar um médico periodicamente ou sempre que necessário para buscar prevenir o que puder e tratar o que for inevitável com o que a ciência já conquistou.